Quem já conheceu a nova praça que foi aberta ao público, em Coqueiros, bairro de Florianópolis, talvez não saiba quantos esforços que foram realizados pela Associação dos Moradores para que se tornasse realidade.
A hoje Praça Ponta da Ilhota, ou Ponta do Ataliba, como está sendo chamada, era um local fechado, e que servia à reciclagem de lixo. Por isso, muitos moradores chamavam o local de “lixão”.
Para saber mais sobre a história e a luta da comunidade pela abertura da Praça, entrevistamos a Beatriz Kauduinski Cardoso, da Pró Coqueiros, que nos contou sobre a história do local.
Viva Coqueiros: Beatriz, como era o local, antes da Praça ser implementada?
Beatriz Kauduinski Cardoso: Antes da praça ser implementada, a área que é pública e pertencente à União Federal estava cercada, fechada com portão por pessoas que se diziam donos e exploravam uma atividade econômica de reciclagem de lixo no local.

Viva Coqueiros: Como surgiu a ideia de transformar o local em um espaço público?
Beatriz Kauduinski Cardoso: A ideia surgiu quando representantes da Associação de Moradores de Coqueiros descobriram que a área era pública e que estava ocupada irregularmente. Também havia muita reclamação, pois os moradores, principalmente os pescadores, não conseguiam chegar até o mar, até a praia. Este é um direito garantido na Constituição. As praias são bens de uso comum do povo e não podem ter os seus acessos fechados. Ali no local tinha um fato adicional que era um antigo caminho de pescadores, que é protegido por lei mas estava fechado por um portão. Então, a luta da Associação de Moradores passou a ser a abertura do acesso, o que aconteceu em setembro de 2006.
Viva Coqueiros: Como foi o processo da implementação da Praça?
Beatriz Kauduinski Cardoso: As ações da Pró-Coqueiros iniciaram em 2003 e contaram com a contribuição de diversos moradores que se mantiveram vigilantes o tempo todo. Muitos se envolveram e lutaram contra ocupações inadequadas, contra mais crimes ambientais e com intervenções em prol da construção da praça e da marina junto aos órgãos públicos como FLORAM e SPU, sempre para garantir que o espaço fosse público. No decorrer das ações da Associação descobriu-se que um empresário da região teria cometido uma irregularidade ao pavimentar a orla, o que deu origem a uma ação judicial que resultou num Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Este TAC previa que ele deveria construir a praça e a marina pública e fazer a manutenção por 10 anos.

Viva Coqueiros: Como está atualmente a execução da Praça?
Beatriz Kauduinski Cardoso: A execução da praça ainda não foi finalizada mas já pode ser utilizada pelo público, que deve se apropriar do espaço que é pertencente a todos e fruto de mais uma luta dos moradores de Coqueiros.
É isso! Como você pode ler, os esforços da Associação foram intensos, e geraram resultados e benefícios para todos.
Ainda não conhece a nova praça? Fica aqui o convite para dar um passeio por lá.
Veja a matéria completa sobre a Praça Ponta da Ilhota
Galeria de Fotos da Praça Ponta da Ilhota
Viva Coqueiros!
Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.
parabens.